Com tantas nomenclaturas e tipos no mercado, é essencial entender qual a diferença entre elas e qual é a ideal para seu consultório. Pensando nisso, fizemos esse post para esclarecer de vez todas as suas dúvidas sobre o tema.
Classes S, N e B
A divisão em classes S, N e B é uma classificação de uma norma europeia, a EN13060:2014. As letras B e N vêm das palavras Big e Naked. Pode-se considerar que S venha de Singular ou Special, ou ainda Specific, por não se enquadrar nas categorias B e N, de acordo com características particulares e específicas, não padronizadas, do produto, que variam de fabricante para fabricante.
No Brasil essa não é uma classificação comum, apesar de aparecer constantemente em artigos e publicações. Aqui, é mais utilizado o fato da autoclave ser gravitacional ou possuir bomba a vácuo.
Basicamente, a gravitacional, classe n, trabalha com resistência imersa em água, para gerar vapor e pressão positiva dentro da câmara de inox. Já a pré-vácuo, classe b, trabalha com bomba de vácuo e gerador de vapor fora da câmara de inox, para respectivamente, gerar pressão negativa por vácuo e positiva por injeção de vapor.
Autoclaves Classe B – Pré-Vácuo
A letra “B” significa “Big small sterilizers“. Small, porque são autoclaves abaixo de 01 UE (Unidade de esterilização= 60 litros) e big porque oferecem grande desempenho e, também, porque qualquer tipo de carga pode ser esterilizado em uma autoclave de classe B. Isso inclui materiais porosos, produtos em bolsas, têxteis e canulados, como pinças, turbinas e pontas. Os “big small sterilizers” possuem dispositivo para realizarem pressão negativa, com o fim de retirar bolhas de ar de dentro da câmara de inox, antes da fase de esterilização e secagem a vácuo depois da esterilização.
As autoclaves pré-vácuo são completas, universais e seguem a norma EN13060:2014.
Autoclaves Classe N – Gravitacionais
Já as autoclaves Classe N são compactas e destinam-se à esterilização de materiais simples e desembalados. A letra “N” vem de ‘naked’ da expressão “naked solid products” (produtos sólidos “nus”). Portanto, essas autoclaves não podem ser usadas para esterilizar tecidos, cargas porosas, itens como canulados ou mesmo produtos em envelopes, pois os ciclos não possuem as características certas para passar em testes físicos específicos. Além disso, a penetração de vapor necessária não pode ser garantida por não haver pulsos de vácuo suficiente. Em outras palavras, as autoclaves classe N trabalham somente com pressão positiva; por não possuírem dispositivos geradores de vácuo não têm a possibilidade de realizar vácuo.
Esses modelos, muito presente no mercado brasileiro, utilizam água dentro da câmara e aquecem com resistência imersa para gerar vapor. Conforme a Norma EN13060:2014, sua esterilização apresenta resultados adequados apenas com material sólido desembalado.
Classe S
Autoclaves que possibilitam a esterilização de produtos como especificado pelo fabricante do esterilizador. Ciclo que possibilite a esterilização de produtos sólidos desembalados e pelo menos um ciclo que possibilite a esterilização de produtos porosos, pequenos itens porosos, produtos ocos tipo A, produtos ocos tipo B, produtos embalados individualmente e produtos embalados em multicamadas.
Na prática, possibilita esterilização da grande maioria dos materiais utilizados em odontologia. Algumas autoclaves de mesa, como as da Cristófoli, encontram-se na categoria “S”.
Apesar de muita gente afirmar o contrário, no Brasil, não é obrigatório o uso de autoclaves Classe B para Odontologia. Essa exigência não consta em nenhuma legislação nacional para Odontologia e também não existe essa classificação citada em legislação brasileira. Existe somente uma proibição para autoclaves gravitacionais para equipamentos acima de 100 l (RDC 15-2012). A título de curiosidade, nos Estados Unidos, as autoclaves gravitacionais são as mais comuns na odontologia.