Boas práticas para evitar contaminação em seu consultório

Você que acompanha nosso blog já sabe que a desinfecção de objetos e equipamentos é obrigatória e essencial para segurança de profissionais e pacientes, evitando a transmissão de doenças como hepatites, HIV e micoses, por exemplo.

Por isso, hoje falaremos de boas práticas que ajudam a manter o seu consultório um local seguro para todos.

Tenha procedimentos claros e bem definidos

De que forma você higieniza os seus instrumentos? Com que periodicidade? De quanto em quanto tempo é necessário repor o estoque de produtos e insumos?

Para que tudo ocorra – sempre – da forma correta, é importante que os procedimentos e rotinas de seu consultório, desde os mais simples aos mais complexos, estejam registrados, e mais do que isso, sejam de conhecimento de todos os envolvidos.

O procedimento operacional padrão (POP) é um documento que reúne descrições sobre as atividades e rotinas de uma empresa. Pode ser entendido como um manual de instruções que dita o passo a passo de uma tarefa para assegurar qualidade, padronização e previsibilidade de processos e resultados. Na prática, ele é um roteiro sobre como você, ou qualquer um dos seus funcionários, deve atuar em determinadas situações. A sua intenção é prevenir erros, trazendo mais segurança para o procedimento e, consequentemente, para o paciente.

Utilize os EPIs adequados

Há Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para cada finalidade em seu consultório, e por mais que pareça obvio, é preciso utilizar o equipamento correto em cada atividade.

As luvas de procedimento, por exemplo, são ideais para atender o paciente, pois permitirem uma maior sensibilidade no toque. Porém, quando o assunto é higienização do instrumental, ela não é a melhor opção. Esse tipo de luva é fina e pouco resistente, se deterioram com facilidade e apresentam grande risco de contaminação. Sendo assim, as melhores luvas para se usar nesse caso são as luvas de utilidade. Sendo mais grossas e resistentes, são a opção mais segura na hora de higienizar objetos pontiagudos e cortantes.

Da mesma forma, as luvas indicadas para procedimentos cirúrgicos são encontradas em embalagens individuais, especiais e esterilizadas, devido ao maior risco de contaminação do profissional e paciente.

Separe, armazene e descarte o lixo contaminado corretamente

Materiais em contato com secreções como sangue e saliva, como os geram resíduos que necessitam de um cuidado maior em sua gestão e descarte: o lixo contaminado. Popularmente conhecido como lixo hospitalar, os Resíduos de Serviços de Saúde – RSS fazem parte dos resíduos sólidos urbanos, e são aqueles que apresentam risco biológico, químico ou podem causar lesões, como materiais perfuro-cortantes contaminados, por exemplo. Apesar da nomenclatura, ele não é gerado apenas por hospitais, incluem nessa lista, entre outros, clínicas, laboratórios, farmácias, serviços veterinários, postos de saúde, estúdios de tatuagem, salões de beleza, etc. Fazer a gestão correta desses resíduos é fundamental para a segurança de profissionais e pacientes. Por isso, fizemos post com tudo o que você precisa saber sobre o assunto, que você encontra aqui.

Realize a monitorização biológica em autoclaves regulamente

A esterilização de objetos é essencial no controle de contaminações, o que torna fundamental o monitoramento frequente da eficácia desse processo.  Além de realizar o ciclo de esterilização seguindo todas as recomendações do fabricante, e a manutenção periódica do equipamento, é essencial realizar a monitorização da esterilização em autoclaves.

A monitorização nada mais é do que o controle de qualidade da esterilização. É indispensável de ser feito, independentemente do método de escolha para esterilização.

Invista em uma lavadora ultrassônica

Etapa que procede a esterilização, a correta limpeza do instrumental utilizado é de suma importância para eficácia do processo. A limpeza pode ser realizada de forma manual e/ou automatizada. A limpeza automatizada utilizamos aparelhos, como a lavadora ultrassônica.

Em linhas gerais, estes aparelhos produzem milhões de minúsculas bolhas que, ao se expandirem, implodem. A implosão destas bolhas, gera áreas de vácuo que provocam o descolamento da sujeira presente na superfície do instrumental.

Este processo se chama cavitação. O processo de cavitação possibilita uma remoção muito mais eficaz da sujidade em toda a superfície do material, principalmente em áreas de difícil acesso.

A associação do processo de cavitação com a solução detergente e a alta temperatura, sem dúvida, torna a limpeza muito superior a manual. Mas atenção, isto não quer dizer que a limpeza manual está descartada. A associação entre as duas técnicas, em algumas situações, pode ser interessante

A limpeza com a lavadora ultrassônica deve preceder a lavagem manual, o que aumenta a segurança do profissional, pois a maior parte da sujidade foi eliminada e com ela os microrganismos. A manipulação dos instrumentos contaminados é reduzida, assim como o risco de exposições ocupacionais.

Armazenamento corretamente dos utensílios esterilizados

Depois de esterilizados, é muito importante fazer um armazenamento correto dos seus instrumentos. Para isso é necessário ter muito cuidado, qualquer deslize pode fazer com que você tenha que repetir o processo novamente.

Na hora de armazená-los, guarde os instrumentos em gavetas ou caixas plásticas fechadas. Dessa forma, você mantém o efeito da esterilização. Mas é importante ficar atento também ao prazo de validade do processo de esterilização, que vale 7 dias.

Muitas vezes, nem todos os equipamentos separados para realizar um procedimento ou uma cirurgia são utilizados, porém, o fato de terem sido manipulados, ou ficados expostos, podem fazer com que esse objeto seja contaminado, sendo necessário esterilizados novamente, pois se guardados dessa maneira, podem contaminar os demais objetos que já estão estéreis.

Utilize produtos de limpeza específicos para a higienização de equipamentos odontológicos

Alguns dentistas utilizam produtos de limpeza convencionais para realizar a higienização em seu consultório, o que pode deteriorar equipamentos, ser ineficaz e ainda deixar resíduos.

O detergente doméstico, por exemplo não é ideal por ser iônico. O melhor, nesse caso, é utilizar um detergente enzimático, que ajuda na remoção da matéria orgânica e, inclusive, é recomendado pelo Ministério da Saúde.

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