Lixo contaminado – como descartar corretamente

A geração de lixo e a preservação do meio ambiente é uma das grandes preocupações da atualidade. Além dos resíduos residenciais e convencionais, estabelecimentos que realizam procedimentos em contato com secreções como sangue e saliva, como os dentistas por exemplo, produzem um outro tipo de lixo, que necessita de um cuidado ainda maior em sua gestão e descarte: o lixo contaminado.

Por isso, preparamos esse texto com tudo o que você precisa saber para o correto manuseio desse tipo de material de forma segura, para você, seus pacientes e a comunidade como um todo.

Resíduos de Serviços de Saúde – RSS

Popularmente conhecido como lixo hospitalar, os Resíduos de Serviços de Saúde – RSS fazem parte dos resíduos sólidos urbanos, e são aqueles que apresentam risco biológico, químico ou podem causar lesões, como materiais perfuro-cortantes contaminados, por exemplo. Apesar da nomenclatura, ele não é gerado apenas por hospitais, incluem nessa lista, entre outros, clínicas, laboratórios, farmácias, serviços veterinários, postos de saúde, estúdios de tatuagem, salões de beleza, etc.

Tipos de lixo contaminado

Em geral, classifica-se como lixo contaminado todos aqueles que têm contato direto com sangue, saliva, ou demais secreções, e por isso, como nome diz, podem contaminar outras pessoas, ou animais, disseminando doenças. Entre os materiais, podemos citar:

  • Agulhas
  • Seringas
  • Gazes
  • Bandagens
  • Algodões
  • Órgãos ou tecidos removidos
  • Preparações químicas utilizadas para análises laboratoriais, chamados de meios de cultura
  • Animais utilizados em testes de laboratórios
  • Sangue coagulado
  • Lucas descartáveis utilizadas
  • Filmes radiológicos

Grupos de classificação dos Resíduos

Os resíduos são classificados de acordo com seu tipo de material e podem ser sólidos ou semissólidos e denominados como perigosos, não-inerentes, e inerentes. São divididos em cinco grupos, separados por letras que vão de A até E.

A: Componentes que podem conter agentes biológicos, e, por possuírem maior concentração de vírus, apresentam riscos de infecção. Ex: carcaças humanas, membros, tecidos e bolsas de sangue;

B: Substâncias químicas que apresentam risco à saúde pública ou ao meio ambiente. Ex: medicamentos, resíduos que contém metais pesados e agentes de laboratório;

C: Materiais que contêm radionuclídeos superior ao limite de eliminação da norma da Comissão Nacional de Energia Nuclear. Ex: aparelhos de serviços de medicina nuclear e radioterapia;

D: Materiais que não apresentam risco biológico, químico, radiológico ou ao meio ambiente, sendo classificados como os resíduos domiciliares. Ex: embalagens, resto de alimentos, etc.

E: Materiais perfuro-cortantes. Ex: lâminas de barbear, agulhas, ampolas de vidro, pontas de diamante, lâminas de bisturi, espátulas e outros utensílios parecidos.

Regulamentação

Os procedimentos que envolvem a geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos é regulamentado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, que disponibiliza um o manual de gerenciamento de serviços de saúde, que você pode acessar no botão abaixo:

Além disso, há exigências da Associação Brasileira de Normas Técnicas, como saco de lixo especial para esse tipo de material. Na falta desse saco de lixo, é possível utilizar um saco normal, contendo o símbolo de substância infectante constante na NBR-7500 da ABNT de março de 2000, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos.

Todo gerador de resíduos, precisa ter demonstrado aos órgãos fiscalizadores um plano de gerenciamento de resíduos sólidos, desde a geração, até a disposição final, de forma que estabeleça e atenda aos requisitos ambientais de saúde pública.

Entre os principais pontos que você deve atentar-se estão:

  • É expressamente proibida a reutilização desse tipo de material ou o reaproveitamento.
  • Esses materiais não podem ser descartados, em hipótese nenhuma, como lixo comum
  • O mau acondicionamento pode causar acidentes de trabalho durante o transporte, armazenamento, ou descarte final, gerando riscos aos trabalhadores, à saúde coletiva ou ao meio ambiente.

Gestão e armazenamento de resíduos contaminados

No local de atendimento, como em consultórios odontológicos, é essencial ter recipientes separados, e identificados, para descarte de resíduos comuns e contaminados.  A lixeira para material contaminado deve possuir tampa acionada pelo pedal, acondicionada com um saco de lixo especial para resíduos pertencente ao grupo A, como gaze, algodão, luva, máscara e ponta de sucção.

Materiais como seringas, lâminas, agulhas, ampolas, vidros, tesouras e que forem considerados cortantes, pertencentes ao grupo E, devem ser acondicionados em caixas de papelão resistentes, contendo o símbolo de substância infectante. Todos os perfurocortantes devem ser descartados no local imediatamente após o uso, em recipientes seguros.

Uma dica importante é programar a compra de sacos de lixo e caixa apropriada antecipadamente, de acordo com a demanda de trabalho em seu consultório, e fazer o recolhimento diário, ou conforme a necessidade, e acomodar em uma área especifica para esse fim até o seu descarte.

Descarte do lixo contaminado

Por ser necessário uma série de procedimentos e controle para o descarte adequado do material, nossa recomendação é que contrate uma empresa especializada para isso em sua região.

Dessa forma, basta acondicionar conforme descrevemos, e de acordo com cada tipo de resíduo e sua classificação. Depois, a empresa responsável fará a coleta e disposição final, incinerando ou descartando em aterros adequados.

Outra dica, é também separar o lixo comum em seu estabelecimento para a coleta seletiva, que auxilia na reciclagem desses materiais. Mas isso, é assunto para outro post.

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