A moldagem é uma etapa essencial na prática odontológica de diversas especialidades. Seu objetivo é transferir as informações clínicas do paciente para a confecção de um modelo, seja para estudo do caso, planejamento, ou confecção de próteses, por exemplo.
Moldagem tradicional
Ao longo da história, a odontologia acumula centenas de anos no aprimoramento de suas técnicas para reproduzir com fidelidade os detalhes anatômicos de cada sorriso, por meio do que chamamos de moldagem tradicional, na qual, o objetivo é alcançar um modelo físico que represente com exatidão toda a estrutura oral do paciente.
Para isso, há uma grande variedade de materiais utilizados, como alginatos, pasta zinco enólica, poliéter, silicones por condensação e silicones de adição. Entre as técnicas mais utilizadas, estão a dupla moldagem (dois passos), moldagem simultânea (um passo com dois materiais) e a monofásica (um passo com um material).
Moldagem digital e 3D
Como o nome sugere, é a obtenção de um modelo digital da arcada dentária do paciente. O equipamento de scanner projeta uma luz sobre toda a superfície, que é captada pelo sensor de imagem. A partir de então, o software de escaneamento gera uma nuvem de pontos que serão triangulados após tomadas sucessivas de imagem, gerando um modelo tridimensional da arcada dentária do paciente.
Os processos de moldagem e obtenção de modelo digital são realizados por meio da tecnologia CAD/CAM (Computer Aided Design/ Computer Aided Manufacturing). Atualmente, há também o sistema de moldagem digital tridimensional (3D) dedicado.
Escaneamento intraoral e escaneamento extraoral
Basicamente, o escaneamento digital pode ser feito de duas maneiras: intra ou extraoral.
- Escaneamento extraoral ou scanners de mesa
Os scanners de mesa são fabricados por diversas marcas e escaneiam os modelos de gesso bruto, obtido através da técnica de moldagem tradicional. Neste caso, a precisão obtida e a adaptação da peça também são maiores do que aquela obtida através apenas da moldagem convencional.
- Escaneamento intraoral
O escaneamento intraoral é feito em uma sessão única, com obtenção e transmissão das imagens da arcada dentária do paciente para o computador. É um processo simples e rápido, que elimina duas etapas da moldagem convencional: a obtenção do molde e a confecção do modelo de gesso. Por conta disso, é o método de moldagem digital mais utilizado.
Moldagem digital x tradicional
A moldagem física, com o uso de moldeira e gesso, foi essencial para inúmeros diagnósticos e tratamentos ao longo de toda história, além de auxiliar para acompanhar a evolução do tratamento. Por isso, seu papel, e importância, são inegáveis.
Sua técnica é aprendida durante o curso de odontologia e os equipamentos ou insumos necessários para realização do procedimento apresentam baixo custo e grande disponibilidade no mercado.
Em geral, essa é uma etapa desconfortável para muitos pacientes, pois pode causar náuseas e desconforto com o sabor e textura de alguns materiais. Além disso, permite algumas falhas no processo, seja por inexperiência profissional, por características do material de moldagem, ou pela própria técnica em si.
Quando falamos em moldagem digital, uma das principais vantagens é que as imagens da arcada do paciente podem ser ampliadas para melhor visualização dos detalhes. Para se ter uma ideia, é possível tirar imagens que podem ser ampliadas em até 60 vezes. Elas não apresentam ruídos nem distorções, e são muito mais precisas.
Em caso de erro na moldagem, no método digital é possível redefinir apenas a área ausente ou aquela em que o escaneamento não foi o ideal, enquanto na moldagem convencional é preciso repetir praticamente todo o processo.
Em geral, esse método possibilita maior acurácia, garantindo maior precisão ao método. Além disso, é possível produzir peças com melhor adaptação e menor necessidade de ajustes, otimizando o fluxo de trabalho e diminuindo a quantidade de sessões necessárias para concluir o procedimento.
Outro benefício é após o escaneamento, o caso pode ser planejado digitalmente e até mesmo encaminhado para a unidade de fresagem computadorizada, para a confecção das peças protéticas a partir da fresagem de blocos sólidos de materiais restauradores, como cerâmicas e compósitos resinosos. A unidade de fresagem pode estar no próprio consultório do dentista ou em um laboratório de prótese e as imagens podem ser enviadas via internet, reduzindo o risco de quebrar o modelo durante o seu transporte, eliminando o armazenamento físico dos modelos e tornando o tratamento mais ágil.
Por outro lado, é preciso investir na compra do equipamento software e treinamento, o que acaba tendo um valor bem mais elevado do que o método tradicional. Porém, com o avanço da tecnologia, esses custos estão cada vez menores.